Sororidade e o Dia Internacional da Mulher

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Antes que você pense em tomar soro na veia, explico que sóror vem do latim, e quer dizer irmã. Antigamente as freiras de algumas ordens religiosas eram chamadas de Sóror.

Esta é a palavra do momento: Sororidade que quer dizer irmandade ou, ajuda mútua entre mulheres.

Os números não mentem: num congresso nacional que vai agora se renovar em 2018, dos quinhentos e tantos deputados, apenas sessenta e sete são mulheres. Sabe por qual razão? Mulheres não votam em mulheres.

Digo isso porque a maioria de nós eleitores, precisamente cinquenta e três por cento, são mulheres e, são essas mulheres que não votam nas mulheres. Onde fica a tal sororidade?

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, muito há para ser comemorado mas, muito mais para ser repensado…

A Lei Maria da Penha que, pune abusos contra mulheres, a Constituição Federal que determina que todos são iguais, independente de sexo ou gênero, e ontem, dia sete de março, para fazer gracinha com as mulheres, a Câmara Federal aprovou projeto de lei que define a importunação sexual (que é aquele assédio dentro do ônibus, praticado por homens contra mulheres), e comina penas criminais mais severas contra esses abusadores.

Todavia, há mesmo uma sororidade?

A palavra do momento já se transformou em ação entre as mulheres?

Chegamos ao fundo do poço quando algumas mulheres comemoraram que em vagões de metrô e trens metropolitanos, há agora um exclusivo para mulheres. Nisso não há o que comemorar! Se todas as mulheres agissem com sororidade, nenhum homem cometeria abuso sexual, importunação sexual ou assédio.

As mulheres veem outras mulheres serem alvo de assédio e se calam.

As mulheres têm vizinhas que apanham do marido e se calam.

As mulheres têm irmãs que sofrem violência doméstica de todo tipo e, se calam.

A cada dia que passa os Tribunais brasileiros têm se empenhado mais em tratar essas questões machistas, abusivas e complicadas dentro dos casamentos.

Voltou à tona o “culpado pela separação” que, de há muito havia caído em desuso no direito de família brasileiro. O marido abusador tem sim culpa pela separação e deve responder por essa responsabilidade, por exemplo, pagando alimentos à mulher que não pode ou não consegue trabalhar por conta dos danos psicológicos a que foi submetida por anos e anos a fio.

A violência e o assédio moral começam com o famoso “você não consegue viver sem mim”, com o “o que seria de você se não fosse eu”e, o mais cruel: “se você se separar de mim, vai viver de quê?”.E por aí vai.

Vocês sabem que eu sou pelo “Case, sim!” mas, dentro do casamento às vezes, a coisa descamba para a falta de respeito e, retomar as rédeas da vida é coisa difícil para qualquer pessoa, quanto mais para aquelas que sofrem abusos.

Tenha você também a atitude de ajudar a denunciar, pratique a sororidade, ajude a sua “irmã”. A gente nunca sabe quando vai precisar de uma mão amiga que se estenda em nossa direção, ainda que não saibamos de quem é essa mão.

Case, sim! Mas, respeito é bom e todo mundo gosta.